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13 de dez. de 2012

Consórcio Humano




            Nos dias de hoje, é muito freqüente encontrarmos pessoas que se associam (que se agrupam) para formar “organismos” maiores, representados por um maior número de elementos e assim buscarem algo que não conseguiriam sozinhos, como no caso dos consórcios, que podem ser definidos como “modalidade de acesso ao mercado de consumo, baseado na união de pessoas físicas ou jurídicas, em grupo fechado para alcançar um determinado objetivo”.
            Quando pensamos biologicamente, nas várias relações simbióticas existentes entre os mais variados organismos vivos, organismos complexos e muitas vezes independentes, é possível vislumbrarmos algumas modalidades de consórcios, onde estes organismo complexos e independentes se associam visando alcançar um determinado objetivo, por exemplo, sobreviver e se reproduzir, visando  a manutenção da espécie, e por que não a “soberania”? Neste contexto competitivo, as associações apresentam-se como uma condição básica.
            De acordo com Margulis e Sagan (2002), “a história da vida resulta da integração e aquisição de genomas”, assim podemos dizer que organismos como o humano, ou os girassóis, representam um consórcio de organismos, que foram se associando gradativamente, com o passar dos séculos, resultando no que hoje chamamos Homo sapiens e Helianthus annuus. Afinal, quem não conhece a história das mitocôndrias? Organismos independentes, que quando fagocitados passaram a compor o organismo maior que a fagocitou em uma modalidade de relação simbiótica, tornando-se parte essencial deste organismo maior, a esta nova relação chamamos “Teoria da Endossimbiose”, prova disto é que as mitocôndrias apresentam, por exemplo, material genético próprio e sensibilidade a antibióticos…




            E o núcleo das nossas células (ou se preferirmos, das células dos girassóis)? A origem deste divide a opinião dos pesquisadores, alguns votam na origem autógena, outros, acreditam também ter sido originário de algum tipo de simbiose.
            Têm-se ainda outros exemplos, como os cloroplastos presentes nos vegetais, que como sugerido por Mereschkowsky (1905), são originários de cianobactérias endossimbióticas (algas cianofílicas).
            Ou ainda, os peroxissomos, fundamentais na beta-oxidação, resultando em Acetil-Coa, que acredita-se terem evoluído de bactérias que invadiram grandes células como parasitos, e gradualmente desenvolveram uma relação simbiótica.
            Dessa forma podemos afirmar que nós, os organismos humanos, representamos um modelo de “consórcio humano”, resultado da relação entre diferentes organismos complexos, com colisão e assimilação de organismos filogenéticamente diferentes, em relações que se desenvolveram em consonância com o desenvolvimento da vida na Terra, em tempos longínquos, antes mesmo do Planeta dos Dinossauros.
                                                                                          

Dr. Ivan Pereira



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