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21 de out. de 2010

O Mistério da Bactéria super resistente, KPC.

Bem, como futura biomédica e vendo a preocupação de todos e o pânico geral sobre a Bactéria KPC, resolvi fazer umas pesquisas para tentar esclarecer as duvidas de profissionais e da população em geral.
As bactérias possuem um fragmento de DNA circular, chamado plasmídeo que proporciona a capacidade de conferir uma nova característica, por exemplo, resistência a antimicrobianos. A Carbapenemase é uma enzima descrita pela primeira vez em 2001 na Klebsiella pneumoniae, dai o nome KPC.
A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é uma enzima produzida por bactérias Gram-negativas (enterobactérias), e sua produção é responsável por conferir a resistência bacteriana aos antimicrobianos carbapenêmicos, além de inativar penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos. Os carbapenens são uma classe amplamente utilizada no tratamento de infecções envolvendo Enterobacteriaceae multirresistente.
Vários são os mecanismos de resistência que podem impedir a ação dos carbapenens, e a resistência surge, ocasionalmente, da combinação de impermeabilidade da membrana com betalactamases cromossômicas (AmpC) ou de amplo espectro (ESBL). Lembrando que a carbapenemase também está presente em outras bactérias além da Klebsiella pneumoniae, como K. oxytoca, Salmonella enterica, Enterobacter sp, Enterobacter cloacae.
A propagação ocorre principalmente em hospitais, e as principais vítimas são pessoas imunodeprimidas, se tornando suscetíveis as bactérias. A bactéria ainda não apresenta sintomas próprios, mas sim os de infecções comuns, como febre, dores na bexiga (se for o caso de uma infecção urinária), tosse (se for uma infecção respiratória). A propagação ocorre pelo contato intra-hospitalar não voa, nem não passa pelo ar. Um médico que manipula a saliva de um paciente e não higieniza bem as mãos pode passar essa bactéria para outra pessoa com um simples aperto de mão.
Medidas profiláticas como higienização constante das mãos é uma medida simples e eficaz, e para profissionais que trabalham em hospitais além da higienização, também é recomendado que, quando identificado o paciente infectado deve permanecer em isolamento, medidas de isolamento até a alta do paciente, limpeza e assepsia de superfícies, equipamentos e artigos, e restrição de visitas ao paciente.
Para que possam entender, essa enzima foi uma “adaptação” da bactéria aos antimicrobianos. Essa adequação da bactéria foi responsável por prolongar a vida dela. As bactérias se adaptaram com as dificuldades de seu cotidiano, os antimicrobianos. Parece história de criança, mas foi o modo encontrado pelas bactérias de sobreviver. Como dizem: “superando obstáculos é que vencemos na vida”. Foi basicamente isso que aconteceu.







*Vale lembrar:




Não poderia deixar de falar sobre o uso excessivo de antibióticos realizado pela população. Hoje existem diversas bactérias com resistência a diversos antibióticos como a penicilina, tetraciclina, cloranfenicol, vancomicina (o primeiro relato de Enterococcus resistentes à vancomicina foi em 1987. Outros microorganismos patogênicos também desenvolveram resistência na década de 90 e começo do século XXI, inclusive Staphylococcus aureus e Clostridium difficile).
Antibióticos considerados amplamente eficazes e de boa atividade antimicrobiana, são utilizados sem prescrição médica. A resistência ocorreu da mesma forma, foi uma adaptação da bactéria.
Então, cabe a nós profissionais informar a população sobre os riscos da automedicação, consumir medicamentos somente com prescrição médica.













Bibliografia:












Acadêmica: Karen Quevedo


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